“Ser o segundo mais barato é o atalho para a irrelevância” – por que médicos estratégicos fogem da guerra de preços?

“Não existe vantagem estratégica em ser o segundo mais barato.”
Dan Kennedy

O mito do “preço acessível” que devora margens — e reputações

Imagine dois colegas da mesma especialidade. O primeiro decide brigar por preço; baixa a consulta para R$ 250, crente de que vai atrair volume de pacientes maior. O segundo segue a lógica do “segundo mais barato” e coloca R$ 260 para “não ficar para trás”. Nos seis meses seguintes 🔻 ambos aumentam a agenda, mas reclamam de:

  • consultas relâmpago de 12 minutos;
  • pedidos de desconto em cada retorno;
  • exaustão ao fim do dia sem ver o lucro aumentar.

No mesmo bairro, a Dra. Helena cobra R$ 600. Tem lista de espera, consulta de 45 minutos com exame físico completo, prontuário digital com fotos, follow-up via WhatsApp (apenas para pacientes ativos) e uma newsletter quinzenal com explicações em linguagem leiga.

Resultado: fidelização, recomendações orgânicas e receita maior com menos atendimentos.

(Marco Aurélio sussurra nos bastidores): “Não permita que forças externas definam seu valor.”

Por que competir por preço é cavar a própria trincheira?

  1. Você transforma medicina em commodity — e commodities não geram lealdade.
  2. Atrai o paciente mais sensível a preço — o primeiro a abandonar seu barco quando o vizinho baixar mais R$ 10. (lembre-se que quem vem por preço, vai embora por preço, e te troca por trocados.
  3. Perde poder de reinvestir em tecnologia, equipe e educação continuada — ciclo de sucateamento silencioso.
  4. Erosiona autoridade — se o valor que você comunica é apenas monetário, qualquer clínica “genérica” parece substituta. Ou você quer ser o médico mais barato do bairro, ao invés do melhor? Porque eu tenho uma frase que eu repito constantemente na Balance que é: Nem todo médico mais caro é o melhor, mas sem dúvida, TODOS os melhores médicos são mais caros. Se você não sente que seu valor é percebido, provavelmente ele não está sendo.

Alex Hormozi resumiria: “Preço baixo não compra confiança; compra experimentação.” Paciente vem, testa você como testaria um novo app e sai sem culpa.

Estratégias de diferenciação que blindam honorários (e aumentam qualidade de vida)

PilarO que éComo aplicar no consultório
Proposta Única de ValorBenefício central que só você ofereceNomeie seu diferencial: “Programa de XYZ” (crie expectativas claras e proprietárias).
Experiência do PacienteJornada antes, durante e depois da consultaConfirmação automática, recepção sem fila, pós-consulta com vídeo explicativo de 2 min. E-book com instruções contextualizadas.
Autoridade Baseada em EvidênciaConteúdo educativo + dados clínicosPublique pequenos cases (anonimizados), cite artigos de alto impacto, refute mitos populares.
Comunidade & Educação ContínuaTransformar pacientes em embaixadoresGrupo fechado de Telegram com dicas semanais, lives mensais de Q&A. Lives fechadas com conteúdo educativo contextualizado.
Storytelling & EstoicismoNarrativas que reforçam valoresConte como você recusa tratamentos sem base científica mesmo quando “pagariam mais” — posiciona ética acima do caixa.

Como precificar sem culpa (modelo em 4 etapas)

  1. Calcule custo real da hora (inclua impostos, tempo de estudo, follow-up). Temos um guia de precificação gratuito, você pode baixa aqui: https://balancementoria.com.br/precificacao-consulta-medica
  2. Adicione margem para reinvestimento (tecnologia, cursos, mentorias, equipe).
  3. Valide com pesquisa de valor percebido — entrevistas rápidas: “Qual impacto teria para você resolver X em 3 visitas?”
  4. Comunique-se assumindo a ancoragem alta — apresente valor ANTES do número. (“Trabalho com um programa que reduz em 40 % as recidivas… Honorário: R$ ___”).

Insight: “Preço é história.” Conte-a antes de revelar o número.

Caso prático: de R$ 180 para R$ 480 em 90 dias

O Dr. Leonardo, endocrinologista, vivia disputando pacientes de convênio. Aplicou:

  • Nomeação de método: “Mapeamento Metabólico 5P”.
  • Check-in digital + receituário eletrônico assinado em até 2 h.
  • Relatório em PDF com metas de 90 dias.
  • Série de e-mails “Semana da Virada” (nutrição + atividade física).
  • Acompanhamento real da jornada do paciente

Resultado: aumento de 166 % na consulta particular, agenda cheia em horários decisórios, convênio agora virou triagem para upsell.

Riscos & objeções que você precisará encarar (e superar)

  • “Mas meu público não paga caro.” – Será que ele entende o valor? Eduque antes de descartar.
  • “E se o concorrente me copiar?” – Produto copia-se rápido; processo + história + atitude ética são mais difíceis. Foque nos seus diferenciais.
  • “Tenho medo de perder pacientes.” – Pior é perder dignidade e tempo. Alguns sairão; os que ficam pagam a diferença e valorizam você. Pior seria que ficassem pelo preço, não por sua competência.

Checklist rápido para sair da beira do “abismo dos preços”

  • Defini meu posicionamento em uma frase clara.
  • Criei um nome ou sigla própria para meu programa principal.
  • Mapeei pontos de atrito na jornada e corrigi dois deles esta semana.
  • Produzi um conteúdo que reforça minha autoridade clínica.
  • Atualizei meu honorário alinhado ao valor entregue — e comuniquei sem pedir desculpas.

Complete o checklist e compartilhe comigo no direct: quero saber seu progresso.

Pergunta provocativa

Se amanhã o vizinho abrir consultório oferecendo “o mesmo” por 50 % do seu preço, qual argumento incontestável faria seu paciente continuar sentando na sua cadeira?


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Referências rápidas para criar este artigo

  • Dan Kennedy – No B.S. Price Strategy
  • Philip Kotler – Marketing 4.0
  • Alex Hormozi – $100M Offers
  • Marco Aurélio – Meditações
  • Seth Godin – This Is Marketing

Princípio para tatuar no seu braço: “Aquilo que custa pouco no início costuma custar caro no fim.” Reflita sobre o preço real de baratear sua própria excelência.

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